Que sentimento é esse que nos invade quando somos julgados injustamente?... Além da mágoa, sentimo-nos fragilizados como uma criança posta de castigo por algo que não cometeu.
A confusão começa quando alguém cria expectativas sobre nosso comportamento, e basta não correspondermos da
maneira esperada, tuuudo é facilmente confundido. Passam a verbalizar nossas
atitudes com base em puras especulações que não condizem com a realidade.
Estou vivendo isso nesse momento.
O diálogo aberto é o caminho mais curto para se desfazer
mal-entendidos, mas nem sempre é possível sem piorar ainda mais as coisas. É
nesse ponto exato que começa meu inferno zodiacal: se estou em silêncio é
indiferença, se me manifesto é para atingir... Que merda isso!!
Quando julgamos alguém sem o pleno conhecimento dos fatos,
quase sempre sucumbimos ao erro, e as consequências disso é um baaaita prejuízo
emocional para ambos. Se por um lado o julgador se sentiu ofendido, o julgado
se sentirá injustiçado.
É fato que somos prejulgadores por natureza. Temos uma
mente fantasiosa e imaginar o pior é o primeirão da lista. Um exemplo?...
Quando um filho se atrasa, fatalmente mil bobagens passam pela nossa cabeça,
menos o pneu furado e o celular sem bateria. É a ansiedade que nos leva a tirar conclusões apressadas sobre o que não vemos ou sabemos. Esperar
pelo esclarecimento (que mais cedo ou mais tarde virá) para o ansioso está fora
de cogitação. Controlar a mente é quase impossível, e ele se adianta, se
precipita, vira adivinho...
Já prejulguei o comportamento de alguém e não deu outra, quebrei
a cara! Hoje, travo uma luta árdua para que minhas especulações não ultrapassem
o pensamento - se não puder evitá-las. Nesses momentos, camuflar minhas emoções
e controlar minhas atitudes, não é nada fácil. Mas, tenho me esforçado. Tudo é preferível
a magoar quem, talvez, não mereça.
Me chateia muito quando sou prejulgada por uma atitude que
passa longe da intenção de ferir alguém. Seria tão mais fácil se todos parassem
de tentar autenticar o irreconhecível... Pensar que nem tudo que parece é. Deduzir não é interpretar a verdade. Isso se
assemelha ao crítico de arte, que sem saber o que se passou na mente do artista
durante o ato de pintar, insiste em traduzir uma pintura abstrata.
‘Estuda, a frio, o coração alheio’ – diz o poema de Mário
Quintana. Sem dúvida esse é um bom conselho. Tirar conclusões precipitadas ‘no calor’ dos acontecimentos é prejulgamento de certezas alheias.